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domingo, 7 de abril de 2013

Resenha de filme - "Stand by Me": amizade x caráter x infância

O objetivo do filme é, basicamente, retratar e contemplar a amizade de crianças de doze anos nos anos 70. Ao mesmo tempo em que o roteiro é improvável, os sentimentos dentro da história o tornam possível.  Não seria uma aventura comum quatro amigos procurarem por um cadáver, mas, pela época, brincar em trilhos de trem e ter um clube na casa da árvore já chega um pouco mais perto da realidade. Essas circunstâncias, um grupo de garotos que moram perto e estudam juntos, montam um quadro perfeito para uma amizade firme. A convivência traria boas histórias e a fase (idade) tornaria os laços fortes, pois eles estariam passando pela mesma problemática juntos, um ao lado do outro, no mesmo nível. Não por eles terem a inocência da infância, mas por terem tanto em comum, ainda que a carga familiar e as experiências de crescimento tenham sido diferentes, naquele determinado momento eles são iguais e essa equalidade torna a amizade sem reservas e sem interesses. É preciso a maturidade de aceitar o próximo com seus defeitos e qualidades para manter o relacionamento. Também é preciso saber lidar com o outro, é preciso dedicar tempo para conhecer, entender e aprender a lidar com cada particularidade de uma pessoa. Tudo isso parece ser mais fácil na infância porque tudo parece novo nessa época, tudo é interessante e aprender é rotina. Durante a infância, não temos prioridades, portanto não adquirimos responsabilidades, e dessa forma não deixamos nenhum “tópico” de nossa vida se sobrescrever no outro. Não subtraímos valor de nada. Quando adultos, torna-se uma questão de caráter manter uma amizade ou não. Alguns conseguem manter amizades puras como as de doze anos, outros simplesmente não podem. Não é que tudo seja relativo, mas quando se trata de pessoas, graças à D-s, todos são particularmente diferentes uns dos outros.