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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Prólogo


Baixa autoestima e constante auto depreciação. Era atraente e tinha boa aparência, mas vivia em busca de uma perfeição que não existia, e ainda que existisse, não era essencial.

Era extremamente tímida em seus momentos, mas em segundos transformava-se em uma apresentadora de talk show, sem medo do ridículo. Era a necessidade de contato social que a tornava assim. Necessidade de pessoas. Afinal, era o que mais gostava. Pessoas.

Narrava seus sonhos no pretérito perfeito, às vezes imperfeito. Achava que o futuro destoava da doçura das imagens e a distanciava dos seus desejos de tornar os sonhos em realidade. E amava sonhar. Principalmente acordada, onde podia controlar cada pensar. Nunca teve um sonho realizado, mas isso nunca a desencorajou. Sonhar tornava os dias mais fáceis e a ajudava a contornar a dura realidade. Tornava ela mais criativa e sagaz. E a fazia ponderar muitas coisas.

Sim, ela gostava de sonhar. Ainda assim, preferia a realidade, que é onde as coisas acontecem. As melhores coisas. Talvez seja por isso que não lamenta sonhos não realizados. Ela vê o lado bom da vida e agradece a Deus todo dia.

Confusa como um peão, que nunca sabe por onde girar e mal consegue ficar em pé senão por um impulso de outro alguém. Gosta de um, conhece outro, paquera esse, admira aquele. Assim ela quer todos e nunca tem nenhum. Nunca estabeleceu um tipo ideal, até porque há pouco em comum entre os homens para quem ela olha. Altos, magros, baixinhos, carecas, mais cheinhos, fortes, morenos, cabeludos, orientais, maduros, loiros, nerds, simples, mais novos, etc. Enfim, todos podem ser inclusos nesta lista, mas nem todos podem entrar nesta lista. Homens são um caso a parte na vida dela. Mas são o caso mais engraçado e que rende mais audiência.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Maliciando

Entre tantas provocações e brincadeiras ácidas dos dois, ela reclama:

- Sua mãe nunca te disse que quando se brinca com o fogo, se queima?

Ele, meio desconfiado, meio temendo a sobriedade da amiga, meio ainda temendo que ela deixasse de ser apenas uma amiga, retruca:

- E o que é que isso tem a ver?

- É que hoje eu estou uma tocha...

As risadas maliciosas vieram a seguir, mas já não se sabia se tudo era malícia por ali... Ou se aquilo era apenas o começo puro de um amor...